Eleições, geografia e o Futuro da UE

Eleições, geografia e o Futuro da UE

Com o aproximar das eleições em França, um dado da "The Economist" que pelo menos dá que pensar:


Tal fenómeno acontece um pouco por todo o lado, tendo maior impacto em países grandes e com maior dispersão populacional.

É certo que estes dois próximos anos vão por, e de que maneira, a União Europeia à prova.
A Paz, vai reinando. A livre circulação de pessoas e bens é um princípio geralmente aceite para a nossa geração. Gostaria muito que assim continuasse para a geração vindoura.

Preocupa-me, contudo, a radicalização, o extremismo, os "exit" desta vida.
Por norma, sou europeísta. Acredito profundamente nas vantagens de um espaço comum, desde que cada um dos países se mantenha soberano na sua identidade, nas suas decisões estruturais.

Uma Europa livre (e utópica, eu sei) significava ,para mim, mais mobilidade, menos desemprego, menos pobreza, melhoria das condições de vida de todos.

No entanto, a nossa triste sina, é que a maioria dos políticos governam-se (veja-se o caso Durão Barroso, na sua saída da UE...) e não governam. Os interesses individuais sobrepõem-se, quase sempre, aos colectivos e isto faz com que já quase ninguém acredita na UE tal como ela existe.

Em suma, acho que está na altura de repensar o papel da UE na condução da política monetária e económica (já temos discutido isto) mas também na sua própria estrutura. Ainda faz sentido nestes moldes? Qual o caminho de futuro, para evitar que a Europa se comece a fragmentar?






Comentários

  1. Meu caro Luís,
    Identifico-me com várias das preocupações que expressas. Mas não ponho na União Europeia a expectativa de que nos resolva problemas de desemprego ou de pobreza. Nunca o fez, e por vezes até agravou o desemprego nuns casos (agricultura, indústria) e o brain drain noutros.

    Sinto-me mais Português que Europeu, e depois de viver em Bruxelas tornei-me ainda menos Europeísta. Compreendo e identifico-me com as desilusões de Pacheco Pereira ao passar pelas instituições europeias. A lógica dos eurodeputados é partidária, a lógica dos burocratas não eleitos da comissão é tecnocrática, e o interesse das nações não tem lugar nesta Europa.

    A saída do Reino Unido será um caso de estudo para outras nações que aguardam expectantes. Entretanto, concordo que quem agita as bandeiras dos "exits" são pessoas com ideologias pouco recomendáveis. Mas no caso britânico, há pessoas muito respeitáveis em ambos os lados da barricada.

    Um abraço,
    AVC

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