O aproveitamento da limpeza do espaço rural.


Fonte: http://www.multas.pt/ate-15-de-abril-limpe-faixa-de-protecao-de-edificios-contra-incendios

Não sou especialista em ruralidade, florestas, incêndios ou mesmo ordenamento do território no entanto, estes últimos acontecimentos, trazem-me à memória interrogações com que já me deparei por varias vezes.
Querendo fazer a limpeza de um terreno, com mata (pinheiros, sobreiros, oliveiras, árvores de fruto, etc.) e casas, que tem cerca de um hectare, varias vezes me deparei com uma impossibilidade:

Limpo e acumulo uma quantidade considerável de folhas, caruma, ramos e vegetação seca, naquilo a que se pode chamar um barril de pólvora. Quando procuro o seguimento a dar a isto deparo-me com respostas como: "não há sítio";  "espere pelo inverno e vá queimando isso aos poucos com uma mangueira por perto", ou mesmo "há um sítio onde aceitam em trás-os-montes" quando estamos a falar do centro do país. 
Estas respostas foram dadas pelas autoridades locais repetidamente ao longo de vários anos revelando a impreparação estrutural para a prevenção e a propensão do país para pensar em reagir em vez de se precaver.
Quem quer ter o seu quinhão de terra ordenado, limpo e tão seguro quanto possível, é confrontado com a impossibilidade de o fazer. Este é um problema concreto que tem que ser tratado. Só um em tantos que este tempo nos levanta, mas há que elaborar uma estratégia e operacionalizá-la.
Em jeito de proposta, e a ideia não é minha mas sim do meu Avô, porque não a criação de uma rede de centrais eléctricas a biomassa? 
Estas teriam o maior interesse em recolher o "lixo" da limpeza de terrenos, matos e florestas, e este desperdício seria convertido, a um custo baixo, em pelo menos três resultados úteis: 
Energia; emprego e segurança do espaço rural.
Num outro aspecto intrigam-me as recusas recorrentes do MAI na criação de um comando central de ordenamento, prevenção e combate a incêndios, preferindo manter as três vertentes separadas e estanques. 
Esta é uma decisão que gera "emprego" para os amigos dos partidos, talvez por isso a centralização não avance. Sendo a situação portuguesa comparável a uma guerra, seria interessante beber, por exemplo, da Segunda Guerra Mundial que foi ganha graças à acção concertada possível pela criação de um comando supremo Aliado.Quem limpa e ordena saberá, sempre, onde melhor deter o fogo.
Os que sofreram as terríveis consequências do incêndio dos últimos dias merecem todo o nosso esforço e trabalho para que nada do que passaram se volte a repetir e tenhamos uma ruralidade mais segura para o futuro. 
Descansem em Paz.

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